Petição: Lei que regule o que as autarquias regulam

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Petição: Lei que regule o que as autarquias regulam

Mensagempor Papa Léguas » sábado Oct 25, 2014 7:01 pm

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A PETIÇÃO DA FPA
QUER

Lei que regule o que as autarquias regulam


Em meados de Julho de 2014, período em que é previsível que uma maioria de autocaravanistas viaje, a FPA lança uma Petição Pública para a “criação de uma política nacional, justa e equilibrada, de acolhimento ao autocaravanismo. Contra a discriminação negativa no estacionamento a que os autocaravanistas estão sujeitos” (ver em http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=PT74217)

O direito de petição está contemplado na Lei n.º 43/90, de 10 de Agosto, com as alterações introduzidas pela Lei n.º 6/93 de 1 de Março, Lei n.º 15/2003 de 4 de Junho e Lei n.º 45/2007 de 24 de Agosto (ver em http://www.parlamento.pt/Legislacao/Doc ... notado.pdf).

A banalização do exercício do direito de petição está a contribuir progressivamente para o desinteresse dos cidadãos em exercerem o direito cívico de apresentarem pedidos ou propostas a um órgão de soberania ou a qualquer autoridade pública no sentido de que tome, adote ou proponha determinadas medidas. Para que tal desinteresse seja combatido e diminua há que enquadrar e justificar prévia e detalhadamente os objetivos da petição. Foi o que a FPA não fez, nem nunca sequer tornou público um esboço do que considera uma Lei que defina a tal “política nacional, justa e equilibrada, de acolhimento ao autocaravanismo”.

É sabido que a FPA nunca definiu em documento público o que entende no concreto por “uma política nacional, justa e equilibrada, de acolhimento ao autocaravanismo” e também se não conhece qualquer documento em que defina e se pronuncie contra a discriminação negativa do veículo autocaravana. O que se conhece, é público e é contrário aos interesses e direitos dos autocaravanistas, está na carta que a FPA escreveu ao Deputado Mendes Bota e que mereceu da parte da “Associação Autocaravanista de Portugal – CPA” o seguinte comentário:

“ (…) uma federação que escreve ao Deputado José Mendes Bota, autor de um Projeto de Lei que pretendia impedir as autocaravanas de estacionarem em locais que lhe não fossem destinados, lamentando ainda, essa federação, que o Projeto de Lei não tivesse sido aprovado e tendo esperança que pudesse vir a ser reacendido.” (ver em http://www.cpa-autocaravanas.com/upload ... rtugal.pdf)

É também público o 6º Comunicado de 26 de Maio de 2014 da FPA em que é clarificada a política de estacionamento que esta associação defende para o autocaravanismo.

Diz a FPA:

Defendemos que o estacionamento de curta duração (até 48 horas) deverá ser permitido, nos termos do Código da Estrada, e nas mesmas condições em que o for para as restantes viaturas com o mesmo gabarito das autocaravanas.” (Mas, se o Código da Estrada permite que todos veículos possam estar estacionados até um máximo de 30 dias, porque razão quer a FPA cercear esse direito às autocaravanas? Não é isto discriminação negativa?)

Acrescenta ainda a FPA:

Só o estacionamento de duração superior deverá ser encaminhado para parques da especialidade.”

Se esta nova filosofia que a FPA defende fosse colocada em forma de Lei, verificar-se-ia o seguinte:

1º - As autocaravanas poderiam estar estacionadas em qualquer local em igualdade de circunstâncias com qualquer veículo de igual gabarito, mas só até um máximo de 48 horas;

2º - Após 48 horas qualquer outro veículo de igual gabarito ao da autocaravana poderia manter-se no mesmo local até um máximo de 30 dias, enquanto a autocaravana seria obrigatoriamente encaminhada para parques de especialidade que até poderiam ser pagos;

3º - Os autocaravanistas com este tipo legislação defendida pela FPA seriam obrigatoriamente encaminhados para Parques (de Campismo ou outros), pois a sua igualdade e liberdade só durava 48 horas.

Conclusão (ver em http://papa-leguas-portugal.blogspot.pt ... racao.html): A FPA quer que as autocaravanas sejam discriminadas.

Sendo estes, como atrás se demonstra inequivocamente, os objetivos legislativos da FPA, não se compreende a que leis se refere a FPA (no 3º parágrafo da Petição) quando, reportando-se às Posturas Municipais, lamenta a não existência de uma legislação hierarquicamente superior para impor baias às ditas Posturas, pois que, até que neste particular, comete, no mínimo, um erro de avaliação. É que existe uma lei superior, inclusive de âmbito internacional, que é conhecida como Código da Estrada.


Existem opiniões jurídicas que também corroboram o entendimento de que já existe uma lei superior às Posturas Municipais, designadamente a do Gabinete Jurídico da Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal (ver em http://www.cpa-autocaravanas.com/upload ... a_FCMP.pdf) que em 23 de Março de 2012, no ponto 5 do parecer, informa:

Há municípios que, para além de possuírem espaços destinados exclusivamente ao estacionamento e pernoita de autocaravanas, proíbem o estacionamento e pernoita de autocaravanas noutros locais em que o estacionamento e pernoita é permitido aos demais veículos, ao que julgo saber através de posturas municipais, nuns casos, e através de mera sinalização, noutros casos. Em minha opinião estas posturas e esta sinalização proibitiva do estacionamento e pernoita de autocaravanas é ilegal, na medida em que contraria normas legais de nível superior - o Código da Estrada - e opera uma discriminação infundada.

Esta proteção jurídica dada pela Lei, o Código da Estrada, era (é) um obstáculo legal já reconhecidamente assumido no documento “Caraterização do Autocaravanismo na Região do Algarve e Proposta para definição de uma Estratégia de Acolhimento” da Autoria do CCDR-Algarve (serviço dependente do Ministério da Economia) e divulgado em Julho de 2008.

Um alerta para o título do Documento do CCDR-Algarve na parte em que se define como uma “Proposta para Definição de uma Estratégia de Acolhimento”, pois que comparando-o com o título da Petição da FPA “ (…) política nacional, justa e equilibrada, de acolhimento ao autocaravanismo.” constata-se alguma semelhança. Ambos (CCDR-Algarve e FPA) querem acolher os autocaravanistas. (Pessoalmente dispenso o tipo de acolhimento que me preparam.)

Mas se na Petição da FPA não se refere em que termos se deve verificar o acolhimento ao autocaravanismo já a CCDR-Algarve, na Proposta Final do documento em questão (páginas 126 a 129) é muito clara na legislação que pretende ver implementada (ver ponto 14, página 128) quando preconiza o seguinte:

Autonomizar a figura das autocaravanas dentro da classe de veículos ligeiros/pesados especiais uma vez que não se destinam unicamente ao transporte de passageiros e ou de mercadorias (Art.º 106 do CE). Desta forma permitir-se-á a proibição de estacionamento destes veículos específicos fora dos locais destinados para o efeito, o que atualmente não acontece uma vez que só é permitida a proibição em determinados locais (artigo 50f do CE); - “É proibido o estacionamento… nos locais reservados mediante sinalização ao estacionamento de determinados veículos” (Art.º 70 do código da estrada)” (Sublinhado da nossa responsabilidade). (ver em http://www.cpa-autocaravanas.com/upload ... rtugal.pdf)

Defender-se a existência de Leis especificamente autocaravanistas, como o faz a FPA e as respetivas associações federadas, sem, contudo, vir publicamente esclarecer qual o conteúdo que se pretende para essas novas Leis e em que aspetos elas trariam para os autocaravanistas regulamentação que já não exista é o mínimo que se espera de uma associação consciente. A FPA está desfasada da realidade da sociedade em que nos encontramos e acredita (ou quer acreditar) que uma Lei sobre Autocaravanismo se iria debruçar exclusivamente sobre os desejos dos autocaravanistas, não considerando que outros interesses instalados, de elevado poder económico, que obviamente se esforçariam para que da Lei resultasse a proteção de interesses próprios que poderiam vir a ser nefastos para o autocaravanismo. Esta falta de visão levou, inclusive, a que os que defendem a existência de Leis especificamente autocaravanistas quisessem ressuscitar, como o fez a FPA e atrás se disse, um antigo projeto Lei que discriminava negativamente o autocaravanismo, o que, felizmente, não se concretizou (ver em http://www.cpa-autocaravanas.com/upload ... gativa.pdf).

Consciente ou inconscientemente (há que dar o benefício da dúvida) a FPA, na Petição, apenas vem requerer, objetivamente, a “publicação de legislação que de forma abrangente forneça diretivas para a elaboração de outras regras menores” porque, diz a FPA, importa regular a publicação avulsa de regras (leia-se “publicação avulsa de Posturas Municipais”).

O irrealismo desta dita Petição, na atual conjuntura politica, é por demais evidente para necessitar de fundamentação e pode vir a contribuir para abrir caminho a legislação que discrimine negativamente as autocaravanas e o autocaravanismo, bastando para isso que os legisladores deem cobertura ao 6º Comunicado de 26 de Maio de 2014 da FPA a que atrás é feita referência analítica.

Para quem não entendeu o que a FPA quer (por favor não se riam!) o melhor é concretizar:

A FPA quer que a Assembleia da República aprove uma Lei que regule e coloque baias às Posturas Municipais sobre o estacionamento das Autocaravanas.

ASSINAR UMA PETIÇÃO PARA PERDER DIREITOS?
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Re: Petição: Lei que regule o que as autarquias regulam

Mensagempor Oliventino » sábado Oct 25, 2014 10:02 pm

Ainda bem que pediu para não rir, assim já ninguém ri, sabe que esta lição é mais uma que não está na matéria do programa pedagógico da ensinança de bem viajar léguas e milhas de autocaravana.

Foi escrito neste fórum há pouco tempo o que tem sido feito em França e Espanha, dos tribunais administrativos têm saído condenações às câmaras e a explicação que não podem discriminar, e todas as proibições têm que ter justificação, ficou em jurisprudência.
defenderei sempre o direito de discordarem das minhas opiniões - (Montesquieu )
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Re: Petição: Lei que regule o que as autarquias regulam

Mensagempor Paulo » domingo Oct 26, 2014 4:32 pm

Caro Companheiro Autocaravanista Papa Léguas,

Não tenho (já há alguns anos) qualquer ligação a nenhuma Federação ou Associação. Digo isto para justificar a minha independência naquilo que irei referir de seguida.

Nas suas ultimas intervenções apenas vejo uma postura bipolar:

Defesa da FCMP
Ataque da FPA

Se pensa que não percebemos....engana-se!

Era importante que se clarificasse o que rem sido feito pelas associações perante medidas abusivas e totalitárias que têm sido implementadas nos vários pontos do país. Se quer falar da CCDR- Algarve, recordo o caso concreto de Tavira. Aqui um autarca sem escrúpulos e sem capacidade de gestão fez o que entendeu e não houve resposta, nem da sua federação nem daquela que o incomoda, nem doutra qualquer.

O esforço de escrita em documentos sem sumo e de reuniões para papalvo ver, poderia ser trocado por posições institucionais concretas que confrontem os detentores de abuso de poder. Até lá, farão o que que entendem, sobrepondo-se à Lei Geral e as associações continuam a nadar em seco, olhando serenamente o empurrar de (alguns) autocaravanistas para os campings.

Votos de continuação boa escrita...mas por favor tenha contenção na dimensão dos seus posts se quer que os mesmos sejam lidos e não adianta trocar teimosamente títulos nos tópicos para impor a sua insistência.

Abraço,
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Re: Petição: Lei que regule o que as autarquias regulam

Mensagempor Papa Léguas » domingo Oct 26, 2014 8:52 pm

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Companheiro Autocaravanista Paulo,

Relativamente ao que escreve realço o erro de avaliação que comete ao considerar que apenas “defendo a FCMP” e apenas “ataco a FPA”.

Na minha perspectiva não defendo a FCMP; o que faço é informar, explicar e criticar o que a FCMP vem fazendo relativamente ao autocaravanisto em todas as vertentes, conforme se pode constatar em diferentes escritos que divulgo no meu blogue (ver em http://papa-leguas-portugal.blogspot.pt ... tas-feiras);

Nestes escritos muitos “descobrirão” contradições onde deveriam descobrir “isenção” crítica e, simultaneamente, além de coerência, objectivos estratégicos em prol do que é a minha verdade no âmbito do autocaravanismo.

Também na minha perspectiva não ataco a FPA, informo, explico, critico e confronto os respectivos apoiantes com a política autocaravanista que a FPA vem publicamente divulgando e que tem propostas que discriminam negativamente as autocaravanas.

Uma questão é real: se tantos e valorosos defensores do autocaravanismo (campista e não campista) se preocupam com o que digo é porque o que escrevo lhes não é de todo indiferente.

Sobre o restante teor do seu texto não vou, AGORA, tecer quaisquer comentários.

Retribuo o Abraço.
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Re: Petição: Lei que regule o que as autarquias regulam

Mensagempor time_out » domingo Oct 26, 2014 10:44 pm

Boa noite

A campanha continua....

Papa Léguas Escreveu:
Companheiro Autocaravanista Paulo,

Relativamente ao que escreve realço o erro de avaliação que comete ao considerar que apenas “defendo a FCMP” e apenas “ataco a FPA”.

Na minha perspectiva não defendo a FCMP; o que faço é informar, explicar e criticar o que a FCMP vem fazendo relativamente ao autocaravanisto em todas as vertentes, conforme se pode constatar em diferentes escritos que divulgo no meu blogue (ver em http://papa-leguas-portugal.blogspot.pt ... tas-feiras);


Na sua perspectiva só a SUA opinião é a correcta. Mesmo sabendo que não irei ter resposta tenho de perguntar onde é que está a SUA imparcialidade ao apresentar os temas do modo como os faz? Como é possivel dizer que "o que faço é informar, explicar..." quando apenas informa o SEU ponto de vista, sem direito a explicações acessórias? Porque continua a usar este espaço na promoção do seu blogue, pois se tem algo a dizer ao vasto auditório que tem vindo a crescer ao longo dos ultimos 10 anos que o diga aqui sem ter de de "obrigar" a visitar o SEU blog.

Papa Léguas Escreveu:Nestes escritos muitos “descobrirão” contradições onde deveriam descobrir “isenção” crítica e, simultaneamente, além de coerência, objectivos estratégicos em prol do que é a minha verdade no âmbito do autocaravanismo.


Não posso comentar os SEUS escritos do SEU blog, apenas comento o que aqui tem vindo a escrever e volto a repetir que, mesmo sabendo que não irei ter respostas (já deixou bem claro que não gosta de ser contrariado nem questionado!), nem tudo o que diz é a realidade, é sim a SUA realidade que quer que passe a ser a dos outros também.

Papa Léguas Escreveu:Também na minha perspectiva não ataco a FPA, informo, explico, critico e confronto os respectivos apoiantes com a política autocaravanista que a FPA vem publicamente divulgando e que tem propostas que discriminam negativamente as autocaravanas.


Claro que na SUA perspectiva não ataca ninguem, apenas apresenta os factos de modo diferente! Para a FCMP apresenta o que na SUA perspectiva considera positivo e para a FPA apresenta o que na SUA perspectiva considera negativo.

Papa Léguas Escreveu:Uma questão é real: se tantos e valorosos defensores do autocaravanismo (campista e não campista) se preocupam com o que digo é porque o que escrevo lhes não é de todo indiferente.


Claro que não posso ficar indiferente perante sessões de esclarecimento que não considero parciais, que podem levar ao engano muitos dos recem chegados ao mundo Autocaravanista e que portanto não conhecem o passado só o presente.
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Mensagempor Papa Léguas » terça Oct 28, 2014 8:39 am

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Alguns… felizmente poucos e sempre os mesmos

Alguns autocaravanistas (felizmente poucos e sempre os mesmos) quase que só analisam o (s) mensageiro (s) e quase que nunca se pronunciam sobre a substância da (s) mensagem (s). São também os mesmos que sobre as questões do autocaravanismo quase nunca escrevem assertivamente construtivos textos de opinião, desbravando caminhos, apontando eventuais soluções. A participação destes autocaravanistas, tanto na construção de uma crítica, como na proposta de uma solução, é tantas e tantas vezes contraditória, sendo normalmente incapazes de ir além do alinhavar de meia dúzia de palavras.


Um estudo mal aplaudido

São os mesmos que no passado, aplaudiram estudos sobre a política autocaravanista na Região do Algarve, que indicia a “guetização” e discriminação das autocaravanas, mas que alardeiam, esses autocaravanistas, sobre todos os males do autocaravanismo estarem centrados nos Parques de Campismo, campismo que em si mesmo, segundo eles, é imprescindível estripar do convívio autocaravanista. Na realidade o estudo que tanto celebraram tem como objetivo obrigar as autocaravanas a recolher a Parques de Campismo, política que na nossa vizinha Espanha já se começa a evidenciar com alguma regulamentação que já impede as autocaravanas de estarem estacionadas fora de locais autorizados para o efeito entre as 24 e as 8 horas. Mas, será que terão lido, pergunto, o estudo a que me refiro?


Leis para legislar o que já está legislado

São os mesmos que defendem a existência de Leis especificamente autocaravanistas sem, contudo, vir publicamente esclarecer qual o conteúdo dessas novas Leis e em que aspetos elas trariam para os autocaravanistas regulamentação que já não exista. São os mesmos que estão desfasados da realidade da sociedade em que nos encontramos e acreditam ou querem acreditar que uma Lei sobre Autocaravanismo se iria debruçar exclusivamente sobre os desejos dos autocaravanistas, não considerando que outros interesses instalados, de elevado poder económico, obviamente que se esforçariam para que da Lei resultasse a proteção dos respetivos interesses. Esta falta de visão levou, inclusive, a que os que defendem a existência de Leis especificamente autocaravanistas quisessem ressuscitar um antigo projeto Lei que discriminava o autocaravanismo, o que, felizmente, não se concretizou. Mas, será que terão lido, pergunto, o que sobre esta matéria já se escreveu?


Sem definir os princípios exigir Leis

São os mesmos que continuam a criticar a Declaração de Princípios da Plataforma de Unidade, subscrita por muitas entidades vocacionadas para o autocaravanismo, pela Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal (FCMP) e pela Federação Internacional de Campismo, Caravanismo e Autocaravanismo (FICC). Críticas sem substância e que já foram oportunamente contraditadas. Declaração de Princípios a que a Assembleia Geral da FCMP veio agora dar ainda mais força ao reconfirmar, em finais de 2013, que os conceitos passam a ser política autocaravanista da Federação. Declaração de Princípios que a FICC inseriu também na sua esfera de ação. Mas, será, pergunto, que o facciosismo destes autocaravanistas não lhes permite ver para além de uma clubite irracional?


Não aprender com promessas não cumpridas

São os mesmos que sobre Quarteira (Loulé) acreditaram em muitas promessas e repentinamente viram as mesmas violadas com regulamentação que proíbe o estacionamento de autocaravanas em igualdade de circunstâncias com qualquer outro veículo de igual gabarito e que “obriga” as autocaravanas a recolherem a um Parque de Campismo para Autocaravanas. Mas, pergunto, será que estão esquecidos e não aprendem com estes (maus) exemplos?


Criticar sem razão substantiva

São os mesmos que não se questionam sobre as afirmações de princípio que devem nortear uma política autocaravanista e enquadrar as ações de instituições dignas desse nome. A FICC assumiu, ao aprovar os conceitos que a Declaração de Princípios contem, uma política autocaravanista a ser implementada por todas as centenas de instituições internacionais aderentes. A FCMP, ainda antes da FICC, assumiu, ao aprovar os conceitos que a Declaração de Princípios contem, uma política autocaravanista a ser implementada por todas as mais de 500 associações portuguesas federadas. E, pergunto, onde estão divulgados os princípios que defendem as outras instituições avalizadas por estes poucos e sempre os mesmos autocaravanistas como sendo as únicas defensoras do verdadeiro autocaravanismo? Mas, será, pergunto, que não é evidente que a FCMP e a FICC, Federações cuja existência resulta da vontade de centenas e centenas de associações e de milhares e milhares de autocaravanistas, ao subscreverem voluntariamente (porque a isso não estavam obrigadas) princípios autocaravanistas, não estão a defender responsavelmente o autocaravanismo?


Não analisar as situações externas

São os mesmos que contribuíram para a criação de associações com o especifico objetivo de instituírem uma Federação, sem refletirem sobre a sustentação politica e económica da mesma. Na nossa vizinha Espanha foi também criada a Federação (Federacion Española de Asociaciones Autocaravanistas (FEAA) que serviu de justificação (de exemplo) para que em Portugal se seguisse idêntico caminho. Contudo, em outubro de 2011, a FEAA abandonou a Federation Internationale des Clubs de Motorhomes (FICM) e aderiu à Fédération Internationale de Camping, Caravanning et Autocaravaning (FICC), realidade que foi muito difícil de aceitar, esquecida mesmo, principalmente numa época em que se preconizava a necessidade do nascimento de muitas associações autocaravanistas para se poder criar uma federação e, talvez, também, porque a decisão da FEAA (de sair da FICM) foi apoiada por nove importantes Clubes autocaravanistas espanhóis que já faziam parte FEAA. Algum tempo depois o lugar da FEAA na FICM foi ocupado por apenas um único clube, o Lleure Càmper Club Catalunya. Mais de dois anos após a constituição em Portugal de uma Federação com apenas dois Clubes filiados, sem perspetivas de mais adesões significativas e sem que a maioria dos autocaravanistas tenha vindo a optar por sair das associações inseridas na Federação de Campismo e Caravanismo de Portugal, não será, pergunto, este o momento para corajosa e conscientemente mudar de rumo?


Não parar para refletir

São os mesmos que não refletem sobre a evolução de uma instituição criada um tanto artificialmente há quase três anos (20 de junho de 2011) e cuja expansão é menor do que à data da criação. Comparando os previsíveis 6000 (?) autocaravanistas existentes em Portugal a esta Federação terão aderido, por vontade própria ou por inércia, uns 5%. Mas, só o CPA tem um pouco mais de 15%. E o Clube de Campismo e Caravanismo de Barcelos? E o Clube de Campismo do Porto? E o Clube de Campismo de Lisboa? E o Clube de Campismo “Estrela”? E o Clube de Campismo de Almada? E o Clube de Campismo… E o ACP? E… Seguramente que todos eles, todas as associações inscritas na Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal, têm inscritos, pelo menos, uns 50 a 60% dos autocaravanistas existentes.


Todos estes acontecimentos deverão levar (as associações autocaravanistas) a refletir com seriedade sobre duas questões essenciais:

- Subscrição da Declaração de Princípios
- Criação (não orgânica) de uma Plataforma de Entendimento

É essencialmente uma questão de bom senso

FONTE: (O autor, todas as Quintas-feiras, no Blogue do Papa Léguas Portugal, emite uma opinião sobre assuntos relacionados com o autocaravanismo (e não só) (ver em http://papa-leguas-portugal.blogspot.pt ... tas-feiras)


MUITO IMPORTANTE: NO DIA 4 DE OUTUBRO A ASSEMBLEIA GERAL DA FCMP CONSAGROU ESTATUTARIAMENTE O AUTOCARAVANISMO COMO UMA MODALIDADE AUTÓNOMA COM MAIS QUE UMA VERTENTE O QUE COMPROVA QUE A ACTUAL FEDERAÇÃO NÃO É A MESMA QUE FOI CRIADA HÁ UNS 70 ANOS.

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Re: Petição: Lei que regule o que as autarquias regulam

Mensagempor time_out » terça Oct 28, 2014 8:49 am

Bom dia

Tem várias questões para responder na totalidade dos seus textos a que eu chamo Sessões de Esclarecimento.

Se quer diálogo então começe por responder às questões.

O contraditório faz parte da discussão!
time out

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Re: Petição: Lei que regule o que as autarquias regulam

Mensagempor forum_admin » terça Oct 28, 2014 3:47 pm

Boa tarde,

Eis como neste conjunto de posts/tópicos se perdeu uma oportunidade de discutir e esclarecer assuntos de extrema importância para todos os autocaravanistas.

Não houve vontade e/ou capacidade de responder às dúvidas suscitadas pelos post’s colocados, post’s os quais foram sempre parciais procurando defender a todo o custo uma federação que ao longo da existência deste projeto não manifestou qualquer interesse pelo autocaravanismo, e atacar uma Federação que nasceu a pensar no autocaravanismo, (e que terá certamente os seus defeitos e qualidades, apesar dessa analise estar fora do âmbito desta mensagem ).

Lamentamos e não podemos continuar a permitir esta linha de atuação contínua e repetitiva, ignorando o que foi solicitado quando encerrámos o tópico A FPA E O AUTOCARAVANISMO :

fórum_admin Escreveu:Boa tarde,

É importante que aqui se discuta estes assuntos relevantes para o autocaravanismo, como é o caso da Federações Portuguesa de Autocaravanismo.

Contudo, como já foi referido noutras ocasiões, evitamos que aqui sejam feitas referências depreciativas em relação a instituições relacionados com o autocaravanismo. Obviamente estamos à espera que isto seja recíproco, pois já o fizemos no passado com outras instituições como o CPA, o CAS, o CAI, etc.

Podendo ser um excelente tema, a abertura de tópicos para dar a conhecer a atividade de qualquer instituição autocaravanista, não podemos, por questões de Ética de relação entre fórum, portais, ou entidades autocaravanistas, deixar passar um tópico que tenta passar a ideia que foi aberto com o propósito de relatar fatos, e que, contudo, no fundo mais não é do que a opinião pessoal e parcial sobre as atividades e comunicados de uma instituição, tentando fazer passar opiniões como fatos, agravado pelos termos menos próprios, que poderíamos mesmo dizer jocosos.

No limite, esta situação pode até ser encarada como desonestidade intelectual e isso não podemos permitir. Se estes textos podem ter o seu sentido num blog pessoal, no Fórum do CampingCarPortugal não têm lugar!

Temos um percurso de 10 anos de seriedade e sentido ético do qual não abdicamos.


Apesar deste aviso da moderação, pouco se alterou na sequência de tópicos e post’s criados a seguir:

Exemplo?:

Papa Léguas Escreveu:.
...
Então, o autocaravanismo também pode ser uma actividade campista? A resposta afirmativa é dada pela prática campista que os autocaravanistas “puros” praticam (e gostam) nos locais públicos que elogiam e divulgam. A grande, a incomensurável contradição desses autocaravanistas “puros”, das associações em que se integram e da federaçãozinha que criaram, é que divulgam uma filosofia autocaravanista que se quer afirmar por um ideal que não conseguem definir e, muito menos, concretizar. A filosofia que defendem é apresentada pela negativa: não sou campista, afirmam.
...


Continuar a debitar informação, como se fossem verdades absolutas, sem que tenha havido previamente o cuidado de verificar o que se está a dizer, é prestar um mau serviço de informação a quem chegou há pouco tempo ao autocaravanismo,

Exemplos ? Podemos dar este:

Papa Léguas Escreveu:.
...
São os mesmos que no passado, aplaudiram estudos sobre a política autocaravanista na Região do Algarve, que indicia a “guetização” e discriminação das autocaravanas, mas que alardeiam, esses autocaravanistas, sobre todos os males do autocaravanismo estarem centrados nos Parques de Campismo, campismo que em si mesmo, segundo eles, é imprescindível estripar do convívio autocaravanista. Na realidade o estudo que tanto celebraram tem como objetivo obrigar as autocaravanas a recolher a Parques de Campismo, política que na nossa vizinha Espanha já se começa a evidenciar com alguma regulamentação que já impede as autocaravanas de estarem estacionadas fora de locais autorizados para o efeito entre as 24 e as 8 horas. Mas, será que terão lido, pergunto, o estudo a que me refiro?
...


Dizer isto é grave e vago, e é contra-informação que não pode passar em claro.


Na devida altura do passado, mais concretamente em 2008, houve várias instituições, que analisaram e elaboraram propostas, e enviaram para CCDR-Algarve:

O que nunca vimos?
A posição da FCMP a esse estudo. Pode-se ler no seu site o estudo? Ou a sua reação ao mesmo? Ou pode-se assumir que a FCMP foi uma das que não leu o estudo? Ou uma das que o aplaudiu?

Não permitimos que se continue a usar este espaço como forma de propaganda gratuita a uma qualquer instituição.
A defesa da FCMP terá sempre de passar pelas suas ações, não com intermináveis textos, vazios de informação concreta.
Apresentar fatos relevantes para o autocaravanismo sim, debitar textos de opinião como sendo a única válida não!

Não permitimos que se continue a usar este espaço como forma de desacreditação de qualquer instituição.
Abrir novos tópicos, com o mesmo tema dos que são encerrados, dando pequenos retoques no texto, é uma falta de respeito e uma provocação.

Não permitimos que se continue a usar este espaço para ofensa dos seus utilizadores.
Apelidar de inteligentes quem concorda, e pouco inteligentes e iliterados quem não concorda com esses textos, e não responder às interrogações que esses mesmos textos suscitam, não é uma postura correta aqui no fórum do CampingCarPortugal, existem regras claras a cumprir, vamos continuar a manter a nossa linha que tem permitido que este seja um dos projetos mais longos ligados ao autocaravanismo.

Não permitimos que continue esta linha de atuação.
O membro Papa Léguas ficará suspenso durante uma semana para que reflita e adeque a sua postura e modo de atuação a este fórum. Se assim for poderá ser uma mais-valia para as discussões de importantes temas do autocaravanismo, caso contrario terá de se abster de aqui participar.
A Equipa CampingCar Portugal
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