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Pelas Margens do Almonda

7 a 9 de Maio de 2010

Para elaborarmos o relato deste 9º Encontro CampingCar Portugal, recorremos ao texto e fotos do blogue do nosso amigo José Gonçalves, Hotel Rolante.

Realizou-se, entre 7 e 9 de Abril de 2010, na bela cidade de Torres Novas, o 9º Encontro CampingCar Portugal denominado Pelas Margens do Almonda.

O Almonda, é um rio português que nasce na Serra de Aire, a 5 km a Noroeste de Torres Novas, na vertente da Serra de Aire, perto de Almonda, a que deu o nome, e de Casais Martanes. No seu percurso de 30 quilómetros atravessa os municípios de Torres Novas e da Golegã onde desagua na margem direita do Tejo.

O rio Almonda segue o seu curso desde a sua nascente situada em Moinho da Fonte, depois entre a Ribeira Branca e a Ribeira Ruiva, banha a povoação de Lapas, serpenteia a cidade de Torres Novas e desagua no rio Tejo, no sítio da Igreja Grande, no concelho da Golegã. (...)

[Actualmente], o Almonda é também palco de actividades de recreio e turismo (passeios de barco, zonas de lazer junto às margens, nomeadamente (...) em Torres Novas). Foi devido à proximidade de água potável que os primeiros habitantes se estabeleceram na região que hoje chamamos de Torres Novas. É por isso que o Rio Almonda é tão importante no contexto cultural da cidade.

– in Wikipédia, a enciclopédia livre

Segundo explicações da nossa Guia, a palavra Almonda deriva do árabe al e monda. Monda, termo ainda hoje utilizado na linguagem dos que labutam na agricultura, ligado à poda, ligado à limpeza das imperfeições ou das ervas daninhas, limpeza, pureza, purificação. Da união das duas palavras surgiu então o Almonda, aquele Rio que conteve as águas nas suas margens, em especial aquelas águas com que fomos especialmente brindados no recolher aos aposentos após um jantar de gala. Mas sobre esse "assunto" falarei mais adiante!!!

Torres Novas, é uma cidade portuguesa pertencente ao Distrito de Santarém, região Centro e sub-região do Médio Tejo (...). A cidade de Torres Novas abrange cinco freguesias (Salvador, Santa Maria, Santiago, S. Pedro e mais recentemente Lapas). (...)

É sede de um município com 270 km2 de área e 36 717 habitantes (2011), subdividido em 17 freguesias. O município é limitado a Noroeste pelo município de Ourém, a Leste por Tomar, Vila Nova da Barquinha e Entroncamento, a Sueste pela Golegã, a Sul por Santarém e a Oeste por Alcanena.

O concelho de Torres Novas data do princípio da nacionalidade. Foi conquistado aos mouros por Dom Afonso Henriques em 1148, tendo depois a sua sede recebido foral em 1190, por Dom Sancho I. Este foral foi confirmado mais tarde por outros reis portugueses. Além destes forais, o concelho regia-se também pelos documentos denominados "Foros de Torres Novas", reguladores do seu direito consuetudinário, documentos estes considerados de grande importância para o estudo do municipalismo no nosso país. Até à conquista definitiva pelos cristãos, tanto o castelo como a povoação foram sucessivamente destruídos e reconstruídos. Em Torres Novas realizaram-se duas importantes cortes: a de 1438, reunidas após a morte de Dom Duarte, e as de 1535, em que se assinou o contrato de casamento da Infanta Dona Isabel com Carlos V, Imperador do Sacro Império Romano. Sobre a antiguidade de Torres Novas, apenas se poderá dizer que remonta à denominação romana, pois foram descobertas as ruínas de uma vila romana, a "Vila Cardilium" (residência senhorial).

– in Wikipédia, a enciclopédia livre

O acantonamento das autocaravanas, envolvidas no evento, realizou-se em propriedade privada sendo que o acesso foi ficando deveras dificultado pela falta de algum civismo de alguns e algumas automobilistas, juventude que acorreu à diversa actividade nocturna que esta cidade proporciona aos seus visitantes e aos seus residentes. Tirando este pequeno pormenor, digamos, de menor importância, tudo decorreu cinco estrelas.

Participaram no evento mais de três dezenas de autocaravanas representativas do espírito autocaravanista existente neste País à beira mar plantado.

Poderiam ter sido mais, efectivamente, mas nem sempre conseguimos conciliar as nossas obrigações profissionais, familiares e até os imprevistos, que também os houve.

O Município de Torres Novas proporcionou-nos o meio de transporte que nos levou de início até aos arredores da cidade, cerca de 2 km, até à pacata freguesia de Lapas.

Nesta freguesia encontramos as Grutas de Lapas, um autêntico tesouro do património nacional que à primeira vista até pode passar despercebido, mas que recomendo uma visita obrigatória, guiada pelo Sr. Vitor Manuel, residente na casa nº 16, ou encontrando-o no café "O Vadio" mesmo em frente.

Coordenadas GPS (nos três formatos típicos):

  • N 39° 29' 34.52", W 8° 33' 13.87"
  • N 39° 29.575333', W 8° 33.231166'
  • N 39.492922°, W 8.553828°

Código QR com as coordenadas para a casa do Sr. Vitor Manuel

Código QR com as coordenadas para a casa do Sr. Vitor Manuel

O estacionamento e até a circulação de autocaravana é deveras dificultado pela morfologia do aglomerado onde imperam os arruamentos muito estreitos. De qualquer forma, logo nas proximidades, onde surgir um espaço adequado à dimensão da nossa viatura, é de aparcar e efectuar o restante caminho de forma pedonal como forma também de absorvermos a história da própria freguesia. Vale a pena o esforço!

A entrada das Grutas da Lapa e os aperitivos, a não perder!

A entrada das Grutas da Lapa e os aperitivos, a não perder!

Poderia aqui transcrever a mais diversa descrição do local, as suas Lendas, as suas Histórias, narradas e vividas pelo interlocutor que procura transmitir-nos a vivência do local. Mas não! Fico-me apenas por uma singela discrição que nos diz ser aquele o único local onde os vivos andam e circulam por debaixo dos mortos.

E mais não digo deste local surpreendente. Coloquem pés ao caminho e desfrutem destas histórias que compõem a nossa história.

Daqui, das Lapas, seguimos para Villa de Cardílio, as Ruínas Romanas de Villa Cardílio, classificadas como Monumento Nacional em 24 de Janeiro de 1967.

Dignas de registo, merecedoras de uma visita mais cuidada, pena que não tenham tanto apoio institucional que lhe possam dar a dignidade e amplitude a que estavam consagradas. Melhores dias virão, talvez com mais divulgação e consequente retribuição da parte do público.

Trata-se no fundo de uma magnífica Vivenda Unipessoal, com uma arquitectura deveras moderna, eu diria ultra moderna, virada toda ela para o interior sendo aqui, num majestoso espaço ajardinado, o centro da moradia. Tal como nos dias que correm, também aqui o poder económico foi salientado e reforçado com a existência de uma apreciável piscina interior.

Os acessos, talvez possam fazer temer o mais destemido condutor, mas o autocarro chegou lá e cruzou-se, por diversas vezes, com as mais variadas viaturas, inclusive o tractor.

Código QR com as coordenadas para as Ruínas Romanas de Villa Cardílio

Código QR com as coordenadas para as Ruínas Romanas de Villa Cardílio

Coordenadas GPS (nos três formatos típicos):

  • N 39° 27' 10.61", W 8° 31' 43.98"
  • N 39° 27.176833', W 8° 31.733'
  • N 39.452947°, W 8.528883°

Já ao final da manhã, com as condições meteorológicas a degradarem-se um pouco, regressámos ao conforto das nossas residências móveis onde aconchegámos o estômago e o corpo com algum descanso. De tarde, o Programa previa uma visita ao Monumento Natural das Pegadas dos Dinossauros, o tempo não ajudou e limitou a actividade a uma sessão de filme.

O Monumento Natural das Pegadas de Dinossáurios de Ourém/Torres Novas ou Monumento Natural das Pegadas dos Dinossáurios da Serra de Aire, mais conhecido apenas por Pegadas da Serra de Aire foi criado em 1996, pelo Decreto Regulamentar 12/96 de 22 de Outubro. Como o nome indica, situa-se na Serra de Aire, perto de Fátima, nos municípios de Ourém e Torres Novas e é parte integrante do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, ocupando uma área de cerca de 20 hectares.

No local onde hoje se encontram as pegadas de dinossáurio funcionava uma pedreira, a Pedreira do Galinha; em 4 de Julho de 1994, João Carvalho, da Sociedade Torrejana de Espeleologia e Arqueologia, descobriu as pegadas que viriam a transformar a pedreira no monumento actual. O Museu Nacional de História Natural cria um grupo de trabalho que realiza dois relatórios que servem para demonstrar às entidades oficiais e científicas, a importância paleontológica do achado e consequente criação do monumento.

O monumento é aberto ao público em 1 de Março de 1997 e no mesmo ano é aberto o primeiro circuito autónomo de visita e de interpretação da jazida. Em 2002 é criado o Jardim Jurássico que tem o objectivo mostrar aos visitantes plantas actuais de grupos botânicos característicos no Mesozóico, a "Era dos Dinossáurios", e o Aramossáurio. O parque possui ainda uma área de animação, um Centro de Animação Ambiental, um parque de merendas, um grande painel ilustrativo da evolução da vida na Terra ao longo do tempo geológico e diversos painéis informativos ao longo dos cerca de 1000 metros do seu percurso.

Os 20 trilhos existentes são os maiores e os mais antigos trilhos de saurópodes de que há conhecimento (175 milhões de anos) mas também, dos mais bem conservados, sendo compostos por mais de 1000 pegadas.

– in Wikipédia, a enciclopédia livre

As coordenadas GPS deste local, nos três formatos típicos, são:

  • N 39° 34' 21.94", W 8° 35' 19.30"
  • N 39° 34.365667', W 8° 35.321666'
  • N 39.572761°, W 8.588694°

Código QR com as coordenadas para o Monumento Natural das Pegadas de Dinossáurios

Código QR com as coordenadas para o Monumento Natural das Pegadas de Dinossáurios

Já ao final da tarde, e com o tempo a querer dar um ar da sua graça, lá partiu o grupo para o magnifico Largo onde num passado não muito distante se realizava a troca de produtos hortículas no que era denominado Mercado. Um largo para onde convergem as gentes da terra e arredores, um largo requalificado onde a instalação de vários bares e cafés com amplas esplanadas transformam o local num palco de convívio e diversão.

Nas proximidades encontramos o Hotel dos Cavaleiros, local escolhido para confraternização e também para aconchegar o corpo com um delicioso jantar. Era o momento de partilhar à mesa as nossas experiências e as nossas aventuras. É o momento por excelência onde os laços de Amizade se estabelecem, onde as pessoas se conhecem muito para além de uma qualquer ecrã de um qualquer PC. Aqui reforçam-se Amizades e estabelecem-se novas Amizades que perdurarão muito para além da distância que separa as pessoas.

Já de regresso às autocaravanas, após horas de alegre convívio, pudemos também desfrutar da bela paisagem nocturna que o local nos proporcionava. A actividade nocturna ainda agora era uma criança mas os nossos corpos já estavam algo cansados e tínhamos que recuperar energias para mais um dia que prometia ser longo e interessante, descobrir a Cidade, o seu Castelo, os seus Encantos.

A noite, infelizmente, não foi a mais agradável. Os aguaceiros de grande intensidade fustigavam os nossos aposentos mas nem isso nos demoveu. As margens do Rio Almonda cumpriram a sua obrigação e a nós competia-nos mantermo-nos firmes.

A alvorada foi serena. O tempo, parecia ter vestido o seu fato domingueiro e iria dar-nos um presente deveras agradável. O ponto de partida para a descoberta do Centro Histórico da cidade de Torres Novas foi o largo fronteiro à Rua 1 de Dezembro, dali, com explicações de quem sabe e conhece as suas raízes, subimos em direcção ao Castelo.

Passámos pelo belo painel de azulejos que simboliza a morte do filho do Rei e a não entrega das chaves do Castelo. São histórias que se encontram dentro da História, desta História que no fundo é a base da nossa existência.

Passámos pela estátua de D. Sancho I, pelo magnífico portal de inspiração nitidamente árabe e entrámos no Castelo, uma zona de terrado devidamente cuidado com espaços ajardinados e as suas belas árvores que lhe dão um ar mais acolhedor e agradável. Das suas torres podemos usufruir da cidade a seus pés, uma cidade que cresceu envolvendo a sua História e onde o Rio Almonda é quase uma presença constante.

Coordenadas GPS:

  • N 39° 28' 45.61", W 8° 32' 24.60"
  • N 39° 28.760167', W 8° 32.41'
  • N 39.479336°, W 8.540167°

Código QR com as coordenadas para o Castelo de Torres Novas

Código QR com as coordenadas para o Castelo de Torres Novas

Do Castelo descemos até à margem do Almonda onde se situa o complexo desportivo das Piscinas, com piscina olimpica e de aprendizagem cobertas e outra piscina de saltos a descoberto.

Coordenadas GPS:

  • N 39° 28' 52.09", W 8° 32' 20.93"
  • N 39° 28.868167', W 8° 32.348833'
  • N 39.481136°, W 8.539147°

Código QR com as coordenadas para o complexo desportivo das Piscinas

Código QR com as coordenadas para o complexo desportivo das Piscinas

O astro Rei queria espreitar aqui e além por entre os flocos de algodão, dando um ar da sua graça e pondo o grupo cada vez mais com menos roupa! Decididamente, andávamos a passear guarda-chuvas!

Código QR com as coordenadas para a Biblioteca Municipal Gustavo Pinto Lopes

Código QR com as coordenadas para a Biblioteca Municipal Gustavo Pinto Lopes

A jusante do Almonda, haveríamos ainda de passar pela não menos bela construção, de traços vincadamente modernos, onde as raízes foram mantidas e integradas na paisagem. Com o Castelo na sua cabeceira, a Biblioteca Municipal Gustavo Pinto Lopes, proporciona ao visitante um casamento perfeito com a paisagem envolvente.

Coordenadas GPS:

  • N 39° 28' 17.27", W 8° 32' 9.44"
  • N 39° 28.287833', W 8° 32.157333'
  • N 39.471464°, W 8.535955°

Daqui, e sempre a jusante, caminhámos até à Cascata do Jardim das Rosas onde uma imponente Nora nos presenteia com a envolvência da cidade. Um espectáculo de "encher o olho", sem dúvida!

Coordenadas GPS:

  • N 39° 28' 50.89", W 8° 32' 16.62"
  • N 39° 28.848167', W 8° 32.277'
  • N 39.480803°, W 8.53795°

Código QR com as coordenadas para o Jardim das Rosas

Código QR com as coordenadas para o Jardim das Rosas

E estávamos quase no final de uma visita guiada que nos presenteou com elementos construtivos diferentes, com uma forma diferente de abordar a História e de a envolver no dia a dia de uma Cidade dinâmica. Escutámos ainda explicações sobre o Teatro Virgínia, mais um dos pólos dinamizadores de uma cidade onde a noite é o prolongamento do dia, de uma cidade que só dorme de madrugada. Daqui, e subindo o Almonda pelas margens até às nossas viaturas, pudemos ainda desfrutar o Jardim das Rosas e o Jardim da Avenida onde aqui e ali diversas esculturas promovem o local.

É realmente uma cidade interessante e acolhedora.

Para quem tenha uma autocaravana e pretenda desfrutar desta cidade, que ainda não está dotada de uma Área de Serviço para autocaravanas mas a promessa ficou no ar, há de facto locais com capacidade para nos acolher, quer ao longo da avenida que partilha o Almonda e os seus Jardins, onde existem Instalações Sanitária Públicas com boas condições, quer no Largo do Mercado (excepto em dias de feira, que é actualmente às terças-feiras), quer mesmo no local onde estivemos acantonados, onde foi colocado um ponto de água que proporcionou a alguns companheiros uns reabastecimentos inesperados.

Código QR com as coordenadas para o Largo do Mercado

Código QR com as coordenadas para o Largo do Mercado

Código QR com as coordenadas para o local do acantonamento

Código QR com as coordenadas para o local do acantonamento

Coordenadas GPS do Largo do Mercado:

  • N 39° 28' 35.9", W 8° 32' 10.8"
  • N 39° 28.598333', W 8° 32.18'
  • N 39.476639°, W 8.536333°

Coordenadas GPS do estacionamento:

  • N 39° 28' 51.1", W 8° 32' 32.2"
  • N 39° 28.851667', W 8° 32.536667'
  • N 39.480861°, W 8.542278°

Um alerta antes de terminar este relato de um Convívio de Autocaravanistas: no acesso ao interior da cidade de Torres Novas deve ser tido em conta que se trata de uma Cidade Histórica, logo, possui ruas estreitas com varandas muito baixas que podem colocar em risco a integridade das nossas "meninas". Isto, claro está, se seguirmos à risca as orientações dos nossos GPS's sem antes fazermos uma breve análise de onde estamos e para onde vamos. Na maior parte das vezes, nem sempre o percurso mais rápido ou mais directo é o mais aconselhável para os nossos brinquedos.

Para terminar, resta-me dizer que tenciono voltar. Tenciono voltar com mais tempo, com mais vagar. Ficou imenso por ver, não apenas na cidade, que tem muito para nos mostrar para além do que visitámos, mas também nos seus arredores.

Pelos Amigos que lá deixei, pela cidade que bem me acolheu, pelos momentos agradáveis que lá vivi, tenciono voltar em breve!

Um último obrigado à equipa CampingCar Portugal, ao Companheiro Zé Jorge que hoje, 11 de Maio, festeja as suas 65 Primaveras, ao incansável Fernando Luís e Sandra, a quem o rafeiro quase lhe obedeceu incondicionalmente, ao Paulo Rosa e à Cristina, e aos Companheiros e Amigos Helder Pinto e Eugénio Reis, residentes e defensores de Torres Novas, e a todos os outros Companheiros e Companheiras que de uma forma mais ou menos incógnita permitiram que este Encontro de Autocaravanistas dignificasse mais uma vez o Autocaravanismo em Portugal.

A todos, Obrigado e até sempre, José Gonçalves (Guimarães)


Agradecimentos