Boa tarde,
É verdade que as condições não são as melhores, nem tão pouco concordo com o horário de fecho da cancela. Mas tudo medidas que foram sendo tomadas ao longo do mês para minimizar as atitudes dos ditos pseudos autocaravanistas…
É verdade e já falei com a responsável, que o local de despejo das cassetes deve ser alterado e, atenção, que o problema não é por ser a céu aberto, porque tirando alguns campings que têm um anexo fechado e coberto junto dos balneários, em todo o lado é feito no exterior. O que falta efetivamente é um local próprio para o despejo, pois agora é feito na própria área de serviço, existindo uma pega na grelha do meio que é mais pequena e assim se tem de levantar e despejar, o que não é o mais pratico; mas não constitui qualquer perigo para a Saúde pública já que o destino é os esgotos tal como das águas cinzenta
Também me apercebi que esteve durante lá uns dias o responsável de um clube (por questões de ética não vou dizer quem era, nem qual o clube), pelo que acredito que terão auxiliado os responsáveis, com conselhos e sugestões de melhoria.
Mas nada disso me deixa nem indignado nem envergonhado; posso ou não gostar das condições - se não gostar, a minha autocaravana tem rodas e motor, como tal desloca-se e vou para outro lado que goste mais. Aliás, desculpem-me o desabafo, não compreendo como alguém adquire uma autocaravana com o objetivo de ir passar duas ou três semanas de férias para o lado da mesma praia; para esses casos deveriam de alugar uma casa que é mais adequado, um fim de semana parece-me correto, agora férias? Autocaravana está pensada para o turismo itinerante e não para isso.
Também me foi dito que o evoluir ou não da área de serviço, ou o seu possível encerramento, estaria dependente da aceitação/comportamento dos autocaravanistas.
O que me deixa efetivamente envergonhado é o comportamento de uma grande parte dos autocaravanistas que optaram por não entrar, um direito que lhes assiste plenamente: e friso que não todos, também havia quem estivesse apenas e só estacionado:
- Estarem, não estacionados, mas acampados, como estavam uma grande parte dos autocaravanistas que estavam no terreiro parede meias com a área. Como estava calor para estar dentro da autocaravana, toca de abrir o toldo e colocar mesas e cadeiras, comprar peixe na praça e grelhar no estacionamento - Isto é prejudicial para a imagem da classe autocaravanista.
- Não querer pagar, muito bem, mas esperarem que os responsáveis se vão embora para aceder aos serviços sem pagar - Isso é que é degradante e vergonhoso para a classe, parece que tudo vale, por parte de supostos companheiros, tal como numa cena do filme Mad Max 2, com a gasolina a ser substituída pela água. Era de tal modo o corropio, que quem estivesse dentro da área a essa hora nunca conseguiria efetuar os serviços, e isto prolongava-se pela noite fora, sem parar entre as 22:00 e as 02:00.
- Este comportamento dos autocaravanistas que optaram por ficar fora, teve como consequência a colocação da cancela e o respetivo horário de abertura e fecho (com o qual eu também não concordo), e não o horário da cancela que fez os autocaravanistas estarem fora.
- Mesmo a cancela não impediu as cenas dantescas noturnas, agora substituído pelas AC’s estacionadas na estrada, encostadas ao muro, as mangueiras a passaram por cima do muro e os despejos da cassete à imaginação de cada um onde seriam feitos; chegou a ser feito um despejo de uma cassete numa manilha de esgoto que se encontrava no interior da área, sem estar ligada a nada, imagine-se o pivete que ali ficou na entrada, isto sim é que causa problemas de saúde pública.
- As manchas de água que se via no chão, das descargas feitas mesmo ali, com a área de serviço do Intermarché de Sines, gratuita aliás, e aberta 24 h/dia mesmo ali ao pé.
- As autocaravanas estacionadas/acampadas dias a fio no estacionamento de S. Torpes, todos os parques desde aí até Porto Covo ocupados com as autocaravanas viradas para a frente mar, toldo aberto, tudo cá fora, ocupando três ou mais lugares de estacionamento, e ouvir as queixas de familiares e amigos de que estava impossível de estacionar os carros, porque as autocaravanas nunca saiam do mesmo sítio…
Acredito que, com a imagem que o autocaravanismo passou este Verão naquela zona, e que tenho visto vir a piorar ao longo dos anos, mas nunca tão mau como este ano, não tardará muito a ser completamente proibido o acesso das AC’s, a exemplo de outras zonas como a Nazaré.
Se acham que 3 € ou 5 € são caros, o que dirão por 25 € que paguei por 24 horas num estacionamento de terra batida, em Hallstat, na Áustria, a 2 km do centro, sem qualquer serviço, parque comum para autocarros e carros.
O Camper Park em Viena de Áustria é a partir de 19 € por dia mas tem todas as condições para visitar a cidade em segurança, espaços delimitados, Wi-Fi, acesso ao metro, que nos deixa no centro, a 200 metros, supermercado mesmo ao lado e até local para passear os nossos animais de estimação. Mas este tipo de espaço só pode existir se houver receptividade por parte dos Autocaravanistas, acredito que se este mesmo espaço fosse em Porto Covo, teríamos as AC’s estacionadas ao lado, no parque de estacionamento do supermercado…
Tem de se perceber que os municípios não são obrigados a gastar o dinheiro dos contribuintes para darem água e condições grátis ao autocaravanismo, poderão eventualmente optar por o fazer se dermos uma boa imagem e demonstrarmos que podemos ser uma mais valia para locais que visitamos. Também temos de considerar o investimento que os particulares poderão fazer para criar este tipo de condições, mas que terão de ter o devido retorno; se trouxermos soluções seremos com certeza bem-vindos, agora se em vez disso trouxermos problemas nunca o seremos.
Valerá a pena refletir sobre isto, nós já andamos a tentar fazer passar esta mensagem há quase 12 anos, portanto é natural que o cansaço já se vá acumulando.