Que fim de semana...
O Lorvão, terra de gente afável, figura no panorama do autocaravanismo já como uma referência, pois além das condições ambientais onde está inserido,tem para todos os praticantes " do bem estar " as melhores condições possíveis com uma estação de serviço impecável , um parque de estacionamento/ aparcamento com uma dimensão dilatada o que proporciona aos utilizadores todo o conforto necessário,para uma visita e quiçá uma estadia mais prolongada explorando as aldeias das redondezas que tanto têem para nos mostrar.
Aproveitámos e bem o evento cultural decorrente para ocuparmos o fim de semana, e começámos pela primeira abordagem ao centro da vila onde decorreram no Mosteiro, onde tivemos a oportunidade de assistir a dois concertos, um musical com uma orquesta essencialmente de cordas eoutro vocal, sendo ambos de fino recorte cultural .
No decorrer deste espectáculo foram chegando ao estacionamento com regularidade diversos companheiros, uns desconhecidos ,outros que conhecemos, dizia eu que estávos no centro da vila,o onde uma mini-feira de artes e ofícios se juntava a diversos stands das forças culturais , desportivas e oficiais.
Sendo de realçar que os tradicionais " comes e bebes" não acentavam nos habituais tascos manhosos a que estamos habituados, mas sim numa prova inequívoca de Qualidade, que foram os alunos e professores da Escola Profissional Beira Aguieira na sua vertente de hotelaria que apresentaram uma panóplia de produtos confeccionados ( bolas de carne, tortas,bolos tradicionais) queijos, enchidos e um conjunto de acepipes deveras deliciosos,acompanhados dum vinho do lavrador com todas as caractrísticas que um vinho deve ter.
Tudo isto servido por um conjunto de jovens dos dois sexos, devidamente bem preparados , disciplinados ( pois as suas idades variavam dos quatorze aos vinte anos, sendo os mais velhos do curso de cozinheiros,onde todo o desenrolar das suas tarefas eram coordenadas pelos professores, com a particularidade de quase não se dar pela sua presença.
Nasceu o sábado um pouco nublado, mas com uma temperatura agradável e lá fomos nós serra acima ( de autocarro ) até a uma aldeia do interior da serra onde visitámos um dos moinhos movido a água, vulgo azenhas, onde o moleiro nos explicou todo o funcionamento e muitos de nós especialmente as crianças e os adolescentes que nos acompanhavam viram pela pela primeira vez como começa o pão, ou seja, a moagem do cereal naquelas mós, que rodam a uma velocidade e distância entre elas, devidamente calibrada proporcionando assim uma farinha mais ou menos fina.
Junto a este moinho, estão umas mesas com bancos uma nascente de água fresquíssima e respectivas instalações sanitárias tudo devidamente enquadrado paisagisticamente.
E por falarem paisagem, não me posso esquecer de um elemento preponderante nestas paragens e que tanto geito me deu, que é o burro, pois para baixo todos santos ajudam, mas quando toca a subir a montanha, por caminhos rurais, e compridos, sabe muito bem e "a família " de quatro exemplares três adultos e um burrito de quatro meses ", que nos acompanhou, presentearam-nos com uma subida deveras confortável.
Chegados ao cimo da montanha outra realidade nos esperava, desta feita e ainda dentro da mesma linha, deparámos com três moinhos de vento,mas só um estava restaurado e pronto a funcionar.
O moleiro que por coincidência tinha vindo a ser o "motorista" dum dos burros, deu uma explicação permenorizada do funcionamento daquela unidade.
A paisagem que se disfrutava no alto desta montanha é qualquer coisa de soberbo, valeu bem a pena o meu amigo burro ter-me proporcionado esta escalada em tão boas condições, proporcionando-me um estado de espírito tão reconfortante que deu para registar em foto toda aquela deslumbrante beleza natural.
Mais uma tarde de amena cavaqueira onde cada um de nós disse o que lhe ia na alma e como se " resolviam " os diversos problemas que afrontam os autocaravanistas e " à laia de conclusões de congresso" reumimos tudo numa frase só - Temos de deitar o lixo ...sempre no lixo-.
E a hora do jantar chegou e um dos pontos mais altos deste fim de semana maravilhoso. Pois a maioria das pessoas que se sentaram nas duas mesas postas numa das principais artérias da vila,os habitantes presentearam-nos com a aposição de belas colchas nas suas janelas e sacadas,tendo a Junta de Freguesia e a Organização do Evento, aposto archotes nas paredes das casas dando um ar mediaval ao local, desconheciam que o jantar que cada um pagou o seu, iria ser servido e confeccionado pelos briosos alunos e alunas da Escola Profissional Beira Aguieira.
Depois duma sopa à Lavrador com um paladar soberbo, não podia deixar de ser uma chanfana como manda o" figurino", a sobremesa foi um delicioso arroz doce e para terninar o Senhor Presidente da Junta conjuntamente com os futuros empregado(a)s de mesa ofereceram uma queijada do Lorvão., a cada conviva.
Para beber houve águas, sumos e vinho do Lavrador.
No decorrer do jantar tivemos a presença agradável Do Grupo de Cantares do Lorvão, bem como de duas Orquestras, uma quase exclusivamente de instrumentos de sopro e outra de consertinas.
Para acabar em beleza, no largo da feira, houve um baile popular abrilhantado pelas duas orquestras mencionadas.
E o domingo nasceu com um sol envergonhado,mas o convívio continuou, uns foram à missa outos foram comprar as recordações, os doces regionais. A hora de regressar, começava aproximar-se, mas antes ainda havia que almoçar.Quem se decidiu por continuar a degustar as especialidades que os " Chefes" preparam para o almoço deram por muito bem empregue a meia dúzia de euros que gastaram,os outros que ficaram nas autocaravanas decerto que também ficaram satisfeitos.
E como devemos agradar a todos, e o Serviço de Metereologia tinha falado em aguaceiros para o fim de semana , lá pr volta das cinco da tarde caíu o primeiro aguaceiro, se o segundo chegou eu já não vi.
Há hora do fecho desta edição, temos conhecimento que todos chegaram bem aos seus destinos.
Que assim seja.
Saudações Rolantes
Jose Borges & Maria José
" Zzecas "