Boa noite,
Paulo MB Escreveu:Reparo que os intervenientes neste debate estão a repescar alguns textos publicados pela FCMP sem terem tido o cuidado de perceber que após a última alteração dos seus estatutos é necessário adotar alguma literatura ao novo teor dos mesmos. Parece não quererem compreender que as estruturas devem ser analisadas pela sua evolução no tempo e não por alguns textos que ainda não refletem os atuais preceitos estatutários. Compreendo que há, e sempre haverá, quem não se queira ver representado pelos clubes filiados na FCMP. Se assim é, porque se preocupam com a sua designação e atividades?
Companheiro Paulo MB, quero que saiba que da minha parte, pura e simplesmente acedi ao site da FCMP para justificar as considerações que ontem formulei. Se a informação aí disponibilizada não está devidamente actualizada, e o companheiro está inserido na referida organização, por via do clube de que é dirigente, então terá que pedir responsabilidades a quem por indevida informação é responsável.
Devo-o informar que estive quase tentado a postar o link que o companheiro fluis acabou por fazer, pela simples razão de que os moderadores no início deste tópico, solicitaram e bem, contenção nas posições a tomar, a fim de não se criarem demasiadas clivagens entre os participantes, já que do que necessitamos é essencialmente de moderação nas posições. Não pretendia apresentar aspectos negativos em demasia, tendo escolhido somente os dois que assumi.
Mas compreenderá que, qualquer pessoa com um mínimo de coerência, considerará que os conceitos plasmados naquele documento, são completamente inaceitáveis para um autocaravanista.
Após a polémica gerada noutro tópico, com as posições narcisistas, que na minha intervenção anterior já referi, vindas de um dirigente da secção de autocaravanismo da FCMP, com uma forma completamente desajustada, o que me fez pesquisar informação sobre as organizações aí referidas, quer as que ele atacava, quer a que defendia acérrimamente, pelo que me inteirei de quem era quem, que até esse momento desconhecia por completo.
Acabei por ler os estatutos de todas elas, bem como vários documentos elaborados e colocados à disposição pública, por acesso aos respectivos sites, e com especial atenção, os estatutos da FCMP.
Em toda a matéria que li da FCMP, é notório o forte espírito campista exalado de todos esses documentos,
que de forma alguma contesto, mas que não aceito que me queiram aplicar como autocaravanista.
Especialmente no artigo 3º, ponto 2 dos seus estatutos, define claramente os seus fins, isto é,
a prática do campismo e montanhismo, depreendendo-se daí facilmente que o autocaravanismo, juntamente com outras modalidades associadas, é de carácter secundário, ou seja, uma actividade subsidiária ou agregada à prática do campismo.
O único código de conduta que publica, é mais uma vez o "Código Campista", porque toda a estrutura está completamente impregnada até aos ossos do espírito campista, a que nada tenho que objectar.
O que não posso de forma alguma aceitar, ou sequer sentir-me representado por uma organização, que, sendo eu um praticante de autocaravanismo, queira que eu seja primeiro que tudo, um campista e só depois um autocaravanista.
Isto é, o autocaravanismo é uma modalidade do campismo, a ele associado, que é o mesmo que dizer, que o autocaravanista é um campista que trocou a tenda,
dentro de parques de campismo, por uma autocaravana.
Circula e foi subscrito por algumas entidades, para além da FCMP, um documento denominado "Plataforma de Unidade" ou "Declaração de Princípios", de que desconheço por completo a paternidade do mesmo.
Não discordando no geral dos princípios nele plasmados, embora considere determinados conceitos demasiado abrangentes e limitadores, daí o receio forte que já evidenciei por diversas vezes, quando ouço falar na necessidade de se produzir legislação, para além da já existente, que enquadre a prática do autocaravanismo.
Quero chamar a atenção para a forma como foi elaborado o referido documento,
sendo dirigido ao autocaravanismo, evidencia no meu entendimento, o espírito que não deverá ser marcante.
O primeiro conceito que define é,
ACAMPAR. Quando no meu entendimento, antes de tudo o mais, seria definir
ESTACIONAR/PERNOITAR, ou seja, os dois primeiros pontos deveriam ser os últimos e o 3º e 4º pontos os primeiros.
É esta postura de campista que deveremos todos começar por combater, libertando-nos definitivamente deste jugo, conseguindo pois a nossa ansiada emancipação.
Para que se possam defender os legítimos interesses dos autocaravanistas, estes deverão estar enquadrados por uma organização que se dedique única e exclusivamente ao autocaravanismo e que tenha na sua denominação social, como termo principal, a palavra
AUTOCARAVANISMO.
O grande conceito moderno na actualidade, é o mundo da estrita especialização e não o da generalização.
ECosta Escreveu: ..... Uma federação é feita de clubes, os clubes são feitos de sócios. Uma federação é o espelho dos clubes e os clubes são o espelho dos seus sócios. Sem autocaravanistas sócios, não haverá clubes nem federação, não haverá quem coordene as nossas ideias, anseios e interesses coletivos, não haverá quem nos represente ou seja nosso interlocutor junto o puder legislativo e/ou fiscalizador.
Este é o conceito que subscrevo integralmente, e que deve estar presente em todos os que queiram praticar o autocaravanismo.
Em função deste conceito, penso inscrever-me num clube autocaravanista, logo que disponha de informação suficiente para tal, com o simples objectivo de me quotizar, e dessa maneira poder contribuir monetariamente, já que sem recursos nada se consegue fazer, e ir dando o meu modesto contributo, se para tal for solicitado.
Quero que saibam que, pessoalmente não me move qualquer interesse, nem pretendo exercer algum cargo, seja a que título for, seja em que organização for.
Nada mais do que simples associado.
O que me fez participar neste debate, foi única e exclusivamente um dever que senti de tentar contribuir modestamente para um agitar das consciências, no sentido de se alcançar no futuro melhores condições para a prática do autocaravanismo, com o contributo de todas as ideias expressas.
Faço votos para que se promovam encontros directos com os vários participantes, sem paternalismos, disponibilizando-me eu próprio desde já, que será a forma mais fácil de se conseguir pacificamente aplanar divergências e alcançar progressos.
Um abraço,