por Mário Cardoso » quinta mai 29, 2014 4:17 pm
Boa tarde.
Quero dizer aqui 2 coisas que me parecem importantes para a reflexão que estamos a fazer e que, neste momento, centrando-se sobre Peniche, no fundo á sobre o autocaravanismo em geral.
Eu, que gosto de Peniche e que, tal como muitos dos que aqui se manifestaram, tenho lá estado muitos fins de semana em frente aos bombeiros e tinha dado os parabéns à Câmara local pelo ordenamento que fez quando limitou o acesso no parque de estacionamento, mas deixando em aberto uma área significativa para que nós, os autocaravanista, ali pudessemos estacionar, não deixo de ter algumas duvidas.
As duvidas residem de a quem dar razão. De facto, ao mesmo tempo que nós os autocaravanistas ali estacionamos, estacionaram também um conjunto de pessoas que apenas são proprietárias de autocaravanas e que, pelas suas práticas, me custa a aceitar como autocaravanistas. Mesas na ruam, musica ( de gosto duvidoso - (e que o não fosse)) em altos berros, obrigando outros a ouvi-la, toldos, fogareiros, agua dos banhos a escorrer para a rua, em suma, um conjunto de más práticas que desvirtuam o verdadeiro autocaravanismo.
Poder-se-á colocar a questão do que é o verdadeiro autocaravanismo, mas, dizem alguns teorizadores sobre a matéria que é um turismo itinerante que respeita as comunidades e a natureza e, ao contrário dos exemplo atrás citados, se integra e participa na melhoria dos espaços que visita.
Mas é só em Peniche? e na Figueira? e em Porto Covo, onde há espaço dentro da área de acolhimento e a rapaziada faz questão de ficar fora, com os preparos que citei?, e na Praia da Rocha, e na Foz do Arelho antes da área de serviço, e ...... em qualquer terra onde as autoridades sejam inicialmente mais permissivas.
Até os espanhois, os franceses, e até os ingleses, que na terra deles só se fica em parques de campismo, fazem questão de colocar mesas e cadeiras no exterior.como se estivessesm em parques de campismo.
Esas questões deixam-me sempre a duvida se as câmaras municipais, já fartas destas práticas, que em vez de valorizar o território os desvalorizam, não fazem bem em proibir?.
Em principio penso que não. A melhor medida é, a meu ver, gerir a utilização do espaço publico, que é uma competência sua, mas, na impossibilidade de se fazer ouvir, como fez a Câmara de Peniche, que, como primeiro sinal, fechou uma parte do estacionamento e deixou a outra aberta, às tantas, acaba por ter de tomar medidas drásticas, embora as mais faceis.
Em suma, e sobre este aspeto, em vez de proibirem, como se de pequenos e imcompetentes ditadores se tratem, façam o favor de regular as práticas, punindo os infratores e respeitando os cumpridores. Façam um Regulamento que inclua tudo o que este inclui nas proibições, excepto o pernoitar, ou dito de outra forma, retirem o pernoitar das práticas passiveis de punição.
Mas não se esqueçam, os que mandam em Peniche, é verdade que o surf tem levado muito dinheiro ao concelho, mas as atividades económicas vivem da diversidade de mercados, pois que, quando uma falta, é bom que outras se mantenham ativas para assegurar o emprego e as receitas. Também não é prática das Camaras CDU, assumirem práticas ditaturiais. Normalmente ouvem os interessados -por exemplo associações de autocaravanistas - e só depois tomam as medidas corretivas
Os supermercados - pingo doce, minipreço, galinha gorda, os chineses, o intermaché, .. necessitam também de vender aos autocaravanistas. Também os restaurantes, as pastelarias, o pequeno comércio necessitam deste "tuirismo de todo o ano" que, parecendo pouco interessante, quando comparado com o surf, não deixa de movimentar muito dinheiro. Por favor, não se deixem cair no turismo de elite, porque Peniche é terra de pescadores, de gente simples e que sabe receber.
Sobre o parque de campismo, a verdade é que este, não sendo caro, também não tem qualidade, está ao nivel de um bairro social desqualificado, fica fora da população e os autocaravanistas não se deslocam, a pé para fazer compras no comércio local nem para almoçar ou jantar fora.